terça-feira, 29 de março de 2011

Legados de amor

Os legados desse amor
Ao que vejo; filhos tristonhos
Arrimo, chão de cimento, teto em zinco
Ao que do pó veio, não mais irá: divida!

Legados de prateleiras divididas
Armários vazios
Ou quem sabe cheio de espaço
Depende de quem vê!

Cama agora enorme; espaço.
Perfume que passa pro nada
Aquele prato, não pede mais
Despensa vazia; empoeirada!

Legados de utensílios meus
De utensílios seus
O que tu levas
O que me resta.

Repouso nada sossegado
Procura indivisa de abrigo
Nova casa, novos rumos
Guardar as coisas, tomar um prumo!

Legados, oh legados de amor
Antes regalos constituídos de histórias
Agora legados divisórios
Repartidos na partida, na dor.

É o que se leva no fim
Ou seria o que se deixa no fim?
Aqui, pouco importa a ordem
Legados existem, não no começo; no fim!

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