quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

O que espero dela

O que espero dela
É muito simples e fácil.
O que espero dela
É pequenino e nada fálico.
O que espero dela
É sua mão no meu cabelo
É um olhar puro e sincero
É um suspiro quando me encontrar
É ver o brilho dentro do seu olhar.
O que espero dela
É a saudade jacente
É o beijo molhado e quente
É que sonhe comigo ao seu lado
Como seu marido, namorado.
O que espero dela
É algo que não se compra
É um abraço amigo
Um colo em dia de frio
Um olhar que me guia
Uma cama jamais vazia.
O que espero dela
É andar de mãos dadas
É alegria incontida
Viver um cotidiano
Correr como criança em calçada.
O que espero dela
É que ela sinta orgulho de mim
Me ame como um homem
Pelo que realmente sou
E não pelo que tenho.
O que espero dela
É um orgulho imenso
Seja quando eu trocar uma lâmpada
Fazer um prato difícil
Ou ser o marido do ano.
O que espero dela
É tudo o que não consegui ter
Mas luto todos os dias
Com a esperança de esperar nela
E um dia talvez conseguir.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Votos de amor eterno

Quero ver o tempo passar ao teu lado
O frescor de hoje eu sei que não vai durar
Mas o que me importa?
O amor é mais forte e tolerante: pode apostar!

Hoje olho tuas mãos nas minhas
Entrelaçadas, suaves e lisas
Amanhã sei que as rugas vão chegar
Mas tão seguras quanto hoje vão estar.

Quero dar-te um leito de sossego
Ou mesmo trabalhar ao teu lado
Sentir as agruras e vitórias do dia-a-dia
Sem esmorecer o que sinto.

Isso é prova de amor maior
Em pleno vigor e frescor
Imaginar envelhecer ao teu lado
Meu grande e eterno amor.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Promessas

Promessa é promessa
Tente um dia quebrá-la
Que verás o que lhe resta.

Promessas podem te manter vivo
Podem te tirar o sortilégio
Podem ser um perigo.

Promessas eu faço
Promessas eu vivo
Quem nunca prometeu no perigo?

Prometo parar de prometer
Mas, como eu disse: promessa é promessa
Prometo que um dia saio dessa.

sábado, 25 de setembro de 2010

Carinho

Carinho, ah o carinho...
Convenhamos que sexo é tudo de bom
Mas que o carinho é algo
Que mantém seu status mor.
Os beijos lascivos de momento
O encontro de carne ardendo
É algo que nos inebria por um tempo
Mas qualquer de nós quer algo mais por dentro.
Pode ser o mais rude dos homens
Ou a mais desvairada das mulheres
Em seu momento de reclusão interior
Todos sentem falta do carinho.
Pode ser carinho passageiro
Pode ser afeto de temporada
Pode ser dentro da carícia
Por um estranho, pela pessoa amada.
Carinho que vem de berço
Embalado pelo mais sublime amor
Não preciso decifrar como é o carinho
Ele é beijo, mão, olhar... ele é amor!
Deitado lado a lado
Sentados abraçados
Andando de mãos dadas
Suspirando em noites geladas.
Dá-me teu carinho agora
Receba todo aquele que tenho para lhe dar
Deite em meu peito suave
Demonstro meu carinho de amar.

domingo, 15 de agosto de 2010

Não aceite

Não aceite
Migalhas de atenção
Não aceite
Que te digam o que ser
Não aceite
Que o culpado é você
Não aceite
Que tentar não vale a pena
Não aceite
Que chorar é vergonha
Não aceite
Que o teu silêncio te condene
Não aceite
Que te façam de escora
Não aceite
Que sua vontade não prevaleça
Não aceite
Nenhum tipo de ofensa
Não aceite
Um amor com limites
Não aceite
Ser coadjuvante de alguém
Não aceite
Que quem te pisa vença
Não aceite
De cabeça baixa ser humilhado
Não aceite
Que te coloquem para baixo
Não aceite
Que carinho é dívida
Não aceite
Simplesmente não aceite.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Eu vendo segredos

Eu vendo segredos
Por preços módicos
Que qualquer um pode pagar.
São segredos velados em sonhos
Que dissipam-se aos poucos
No instante de um acordar.
Compre de mim os meus sonhos...
Arranque de mim meus segredos...
Seja para mim ou para você
Vendo todos os meus arcanos
Tudo o que você quis saber
Garanto: nada daquilo que queira ter

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Simples

Simples é enxergar a vida dos outros
Prático é resolver os problemas que não te pertencem
Fácil é secar o pranto de quem chora
Mas árduo é não encontrar respostas para vc mesmo.
É ter que aceitar que algumas coisas inevitavelmente acontecem
Por mais que se faça ou deixe de fazer.
Doloroso é arrepender-se, desesperar-se por abster-se.
Insuportável é esperar que o tempo cure, abrande, seque
As feridas, a dor, as lágrimas.
Heróico é acreditar que ainda se pode.

(Texto by "uma grande amiga")

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Quando o amor vai embora

Acabou!
É simples assim.
Não adianta ficarmos cotejando
Os motivos que levaram ao fim.
Basta vermos que o que havia por dentro
Simplesmente... acabou.
Não há conspirações do mal
Não existe interferência de fora
Capaz de fazer os pensamentos mudarem
O que houve mesmo é que acabou.
O amor foi embora porque se cansou...
Cansou da indiferença
Ou quem sabe na perda da crença
De que tudo poderia mudar.
Pode também ter partido
Porque não quis ver-se finado
Pela falta de cultivo do que era vital
Dos beijos fogosos, do sexo animal.
Enfim, o amor foi embora...
Partiu de dentro deste peito aflito
E em outro lugar foi hibernar
Para que um dia de súbito
Depois de um sono profundo
Possa novamente despertar
E habitar outro peito que outrora vazio
Anseia para que este amor ferido e surrado
Possa nele decerto se animar.

domingo, 18 de julho de 2010

Deu branco

Olho para esta tela
E só vejo um fundo branco
As palavras me vêm à cabeça
Como sangria para cura.
Bom saber que tenho este escape
Melhor ainda é saber que o que escrevo
Pode tocar e fazer sentido
A outros que pensam o mesmo.
Dois dias mais tarde
Ainda vejo um fundo branco
Esperando todo silente
As palavras colocadas em plano.
Não fujo do trivial
Minutando os temores da vida
Medos, alegrias...
Indo da prosperidade à agonia.
Agora, depois de um tempo,
O fundo branco se esvaíra
E em seu lugar entra o glossário
Carregado de seus caracteres.
Assim como se vai o vazio
Preenchido pelas palavras
É preenchido meu peito
Com novos sonhos e alegria.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Regozijo de quanta

Ah, se tu pudesses ver meu rosto agora
Enxergaria estampado nele
Com clareza absurda
O júbilo da alegria profunda.

Aproxima-te de mim com cautela
Sente-se ao meu lado no jardim
Respire, fungue, boceja
Recoste-se na arandela.

Quando fechares teus olhos seguros
Deixe vagar dentro de ti
Em galopeios rompantes
Os pensamentos mais infames.

Sejas tu, meu doce amor
Em seus apotegmos quem tu queres
Aceita a ti e se levante calmamente
E leva-me contigo eternamente.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Di-a

Dia após dia
Distante de tudo
Disfarço uma alegria
Diminuindo o soturno.

Diante de tudo isso
Diagramas, lutas e salvas
Divaguei nos teus braços
Distante de minha cansada alma.

Dia após dia
Dificultei tudo em meu peito
Diminui em ti o desejo
Divulguei inverdades ao alheio.

Distante de ti
Diminuído por mim
Distraído sim
Diferente não sê-lo.

Amor maior

Nem que quisesse eu poderia
Esquecer teu rosto brilhando
Radiando a extrema euforia.

Seu corpo serpenteia perto de mim
Enquanto meus olhos como criança
Vidrados embasbacam na sua dança.

Sobre esse trecho que escrevo
Sobre alguém de verdade
De forma crua e nada solene.

Sei que num pequeno fragmento
Nem que seja de leve solfejo
Você também sentiu desejo.

Porque o que escrevo, interlocutor
Não é nada diferente de tudo
É sobre a coisa mais bucólica:
O mais puro, sincero e profundo amor.

sábado, 29 de maio de 2010

Senhor tempo

Nada como o tempo para nos mostrar...
Mostrar que às vezes
Quem diz que te ama eternamente
E te julga por você não amar
Não o amas tão eterno quanto jurava.
Mostrar que tem horas
Em que era momento de calar
Te faz arrependido
Por não ter dito o que era pra falar.
Mostrar que em certos dias
Devemos parar de trabalhar
E dar mais valor às pessoas amigas
Ou à família que espera por nós.
Mostrar que o tempo pode passar
Mas mesmo assim, depois de tanto tempo
Você não aprendeu nada
E só para de aprender quando a morte chegar.
Mostrar que você pode estar arrependido
Mas que se não der o primeiro passo pro perdão
Poderá estar caminhando sozinho
Pra um caminho sem volta rumo ao abismo.
Mostrar que não bastam meras palavras
Mas sim a junção destas com os gestos
Para se entregar ao amor verdadeiro
Porque é disso que precisamos ao certo.

terça-feira, 25 de maio de 2010

O amor não tem preço

Suspiro
Ansiando expor minhas insanas rebeldias...
Murmuro
Tentando conter minhas próprias palavras...
Emudeço
Buscando domar minhas despertas agonias...
Esmoreço
Tentando apagar a vontade jacente...
Adormeço
Querendo olvidar e acordar no começo...
Grito
Porque enfim aprendi: o amor não tem preço!

(By: Petronio e Isabella)

domingo, 23 de maio de 2010

Álcool

Ah, o álcool
Química simples e milenar
Que me faz flutuar.

Destilo por ti minhas mágoas
Enquanto faço em ti
Minha sagrada morada.

Exponho meu desatino
Enquanto espero por ti
Em minha escrita molhada.

Me esbarro pelos cantos
Te espero em cada encanto
Da minha secreta devassidão.

Em cada gole
Zelo pela destreza
De meus desejos infames .

Em pensamentos secretos
Te encontro sempre por perto
Em minha vida e nessa direção.

(by: Petronio e Mariana)

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Românticos

Ser normal, ser romântico?
Espécie em extinção!
Tratando a vida como um fado
Chorando pelos cantos auto perdão.

Quisera poder ser um normal na frieza
Quisera poder ter de contínuo a certeza
Mas, meu caro, não sou assim
Sou quem ama densamente até o fim.

Se somos poucos ou extintos
Sofremos sempre com isso
Buscando um paraíso
Em plena solidão.

Vivemos como loucos
Na busca, puro sufoco!
Enfrentando o mundo
Essa é minha expressão.

A vida nunca tem razão
Segura com tuas próprias mãos
Sei que somos eternas
Espécies em extinção!

(by: Petronio e Mariana)

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Tédio

Ai que tédio!
Pense você, não é ruim esse tédio?
É... realmente concordamos: Que tédio!
Deitar no sofá e ver Faustão...
Deitar na rede virado pro chão...
Fazer miojo e temperar com salsicha...
Sentar na calçada curtindo preguiça...
Esperar no trabalho a hora passar...
Ligar pras pessoas sem ter o que falar...
Olhar pro computador esperando down load
Parar numa fila e perguntar o que houve...
Enfim, que tédio, não é mesmo?
Mas concorde comigo
Que até o tédio, querido amigo
Tem lá seu delicioso apreço.


À todos, um feliz cotiado tédio!!!!!!!!!!!

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Bellum amor

Palavras mal escolhidas
Intempéries assaz rompidas
Sensatez que passa ao largo
Em tudo isso o caos é exato.

Como bem dizia Aristóteles
O sábio nunca diz tudo que pensa
Mas pensa em tudo que diz
E assim, certamente eu não fiz!

Tempos de guerra entre amados
Guerra selada sem soldados
A língua afiada é a arma mais potente
Que fere o peito de forma contundente.

Desfira o último golpe com mais uma palavra
Encerre a questão, destrua a armada
E mais uma vez veja para longe partir
A quem tu tanto querias bem perto de ti.

domingo, 18 de abril de 2010

Retórica

Não me acuses por errar
Me acuse somente quando meu erro
Não for sucedido por súplica de perdão.

Não queiras mais me machucar
Pois não admito novamente sequer
Que afrontem dolorosamente meu coração.

Por fim, não digas mais adeus
Porque se chegastes ao ponto de partir
É porque desejas desposar-te com a solidão.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Maternidade

Você mudou!
Dá pra notar na sua cara
Que você mudou.
Não digo tão somente do seu corpo
Ou quem sabe do inchaço que isso causa
Mas seu semblante mudou.
E, com certeza, mudou para melhor
Você sabe bem disso!
Mudou porque daqui por diante
Você não será mais só.
Mudou porque você virou de status
Que antes era de filha
Para ser agora mamãe.
É estranho, eu imagino!
Conceber que dentro de você existe vida
Existe um ser tão frágil...
Ah, mas como é belo
Imaginar a cada instante
Como será o rostinho, os dedos...
Enfim, antes onde era só mulher madura
Agora é uma mulher matrona
Que inicia sua prole de boa ventura
Abandonando seu ar de criança
Para ninar em seus braços, seu filho
Sua semente ao mundo em esperança.


(homenagem à todas as mulheres... mães!!!)

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Ideal

Vem de lá toda serelepe
Caminhar contente
Olhar soberbo.

Moça de sorriso aberto
Pele tecida em seda
E contorno esbelto.

Não cativa porque quer
É natural feitiço
De rainha, de mulher.

Majestosa alegria
Dona de inigualável beleza
Que semeia sem avareza.

Quisera poder tocá-la
Quem sabe até levá-la
Para meu humilde lar.

Desposá-la em leito fogoso
Enquanto observo em ti
O amor num olhar jocoso.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Cavo, oco, vago

Não sei bem quando foi
Só sei que passou.
Ou será que se foi?
Ainda não sei!
Era um coração ávido
Cheio de luz e amor
Mas por dores e dores repetidas
Ofensas não engolidas
O que era amor virou rancor.
De onde tantos amores partiram
Foi-se criando um buraco
Que por vezes foi preenchido
Mas novamente foi cavado.
Onde havia tudo de bom
Aos poucos foi virando amargura
Agora, quando me perguntas se amo
Sequer compreendo a questio.
Isso não foi culpa minha

Foi culpa sua. Claro, toda sua!

Que partiu e me deixou assim
Com um vazio no peito
Vagando viúvo pela rua.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Sempre rir

Como se não bastasse para mim
Quero esta felicidade para ti
Assim como abro meu semblante
Quero em ti um sorriso radiante.

Não é difícil, pode tentar
Jogue de leve seu rosto pro lado
Deixe aparecer sua arcada
E solte uma doce gargalhada.

Não é difícil, pode tentar!

Eu tentei e consegui
Esse aí do seu lado também alcançou
Então se deixe levar e agradeça a vida
E sorria, simplesmente sorria: basta tentar!

domingo, 4 de abril de 2010

El rey

Eu vi esse cara sozinho
Andando sobre os trilhos
Eu lhe mostrei o coração dos corações
O meu imo que por medo não revelo.

Suas ternas palavras, seu rosto meigo
Trouxeram-me de volta ao lado mais forte
Algo aconteceu naquele dia
O peso tornou-se como pluma.

Vi sua alma distraída
Alguns poucos traços de agonia
Não se encubra pequeno anjo
Seu coração está em boas mãos.

Eu nunca irei completamente embora
Minha alma estará em teu afago
Juntos iremos resistir
Eu sempre esperarei em você.

(Texto co-produzido por Isabella)

Essa terra

É nessa terra tão quente, é nesse chão que criei
Onde nasce ao meu lado a força de quem me fez.
Não sou comum ao destino, nem sou um fino rubi
Eu sou de carne e osso como qualquer um dali.
De pé em pé vou levando a minha vida de cão
Vou dando todo o meu sangue na minha luta por pão.
O pão nosso de cada dia às vezes é amargo como fel
Mas diz que graça teria se fosse fácil viver?
Seria apenas mais um dia vivido de cada vez!
Eu vejo ao meu redor diversos monstros azuis
São frutos de imaginação criados de sombra e luz.
Bendita terra querida, por que me faz mal assim?
Se tudo que mais queria era ser filho de ti
Esse castigo seu moço, eu acho que sei por quê
É fruto de um amargo que não sabe dizer amém.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Espírito

Meu espírito é o abrigo de minh’alma
Radicados em um corpo cansado e sem calma
As pernas obedecem somente a pequenos comandos
Enquanto o coração descompassa em total abandono.

Sinto valer-me por aquilo que amealho
Mas no abandono o que me abona é parvo
Que tarda fazer com que os olhos se abram
E possam vislumbrar a luz no horizonte lutuoso.

O meu espírito agora está em frangalhos
A alma que antes repousava agora vaga errante
O corpo que outrora se firmava
Derroga as forças como um moribundo em calçada.

Extremamente vivo a tentar recompor os cacos
De ossos frágeis e espiritualidade destroçada
Elevando a alma a um patamar de sandice
Onde reside a razão de uma mente renovada.

terça-feira, 2 de março de 2010

Amor maior

Toma de mim um beijo sufocante
Lascivo, ofegante.
Sintas de mim abraços ardentes
Carícias profundas, contundentes.
Devote a mim a sua luxúria
Me beije, me lambuza.
Concentra em mim sua fúria
Me xingue, me empurra.
Projete em mim seu desejo
Me mostre seu suor, seu latejo.
Cancele em mim sua busca
Me faça seu homem, acabe com a luta.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Amo como ama o amor

Como ousas falar em amor?
Você proclama esta palavra
Sem entender seu real conteúdo.
Para falar em amor
É preciso primeiro abdicar de si
E saber o que é se entregar.
Saber que é estar cego
E feliz por assim estar
Confiando nos braços da pessoa amada.
É esperar com taquicardia
O telefone tocar
Somente para ouvir a voz esperada.
É se deixar sorrir como bobo
Por migalhas de segundo do dia
Em que quem se ama nos olha fixamente.
É deitar no colo da pessoa
E em pleno silêncio profundo
Se arrepiar ao ouvir: eu te amo!
É desejar que tudo material
Simplesmente se torne banal
Pois seu peito sustenta seu corpo.
É um dia acordar na chuva
E fechar os olhos enxergando um dia de sol
Porque o amor te faz enxergar assim.
Enfim, é o que quero dizer
Que não basta apenas dizer que ama
Mas sentir com toda coragem.
Força capaz de mover o universo
Capaz de transformar o seu ser
E apenas sentir prazer no que vem do amor.
Amo como se deve amar
Amo como meu peito desejar
E por isso digo com fervor: eu amo!
Então não me venha profanar o amor
Pois as coisas materiais têm fim
Conquanto o amor resista assim:
Amo por sentir a todos...
Amo por sentir você...
Amo por gostar de mim!

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Profícuo

Sou útil àquilo que devo ser
Sou necessário ao que me permito ser
E nada neste mundo é mais belo
Que poder sentir-se proveitoso para si.

Não faço isso por fazer
Não forço minha real natureza
Porque senão estaria estuprando meu ser
E apenas vivendo por viver.

Então é isso: gosto de ser necessário!
Seja pra você que é um amigo
Seja para qualquer abjeto otário
Profícuo: um vantajoso utilitário.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Alma gêmea

Nesse momento, vejo-me dentro de teus olhos
De tão perto que posso sentir meu rosto ao teu.
Por tempos quis tocá-la e sentir teu frescor
Agora, aqui parado, sequer tenho coragem de beijá-la.
Que vontade de sentir o gosto que vem de teus lábios
De arrancar de você delirantes suspiros profundos
Enquanto meu rosto resvala de leve no teu.
Eu não viveria até aqui para perder este momento.
Eu não viveria tanto tempo assim sem esse momento.
Basta-me poder tocá-la por fora com calor
E por dentro, com minhas elocuções de amor.
Fazer-te me amar da mesma maneira
É de longe o que minha pretensão anseia
Pois como digo, e desta vez repito
O que me importa em verdade
É ter vivido até aqui para simplesmente: amar-te.

Um dia de chuva

A chuva insiste em cair lá fora
Enquanto alguns declaram um dia ruim
O corpo que nela molha, adora.

Vamos sair pra rua, vamos pular no quintal
Vamos mimosear um dia de chuva
Assim como adoramos um dia de sol.

Não recolham suas roupas estendidas
Não chamem as crianças para dentro
Apenas sintam as gotas de chuva ao vento.

Agradeça a Deus pela chuva que molha a terra
Que lava a alma e nos refrigera
E nos traz a alegria adormecida por sua espera.

Enfim ela chega. Fria e sorrateira
Gotejando suave com ruído de frigir no telhado
Enquanto o sono leve vai me acalmando.

E assim terminarei meu dia bem fadado
Guardando dentro de mim a alegria
Não de tempo fechado, mas do ruído da chuva no telhado.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Retrocesso

E volta aquele pobre rapaz
Depois de percorrer o caminho errado
Olhos vermelhos, pés esfolados
Desesperançoso com o próprio regresso.
Tentou reaver tudo que havia deixado
Mas percebeu que a vida seguiu teu rumo
E aqueles que outrora choravam
Hoje sorriem sem lembrar o passado.
E o passado... ah, o passado
Veio de frente a tudo o que sentia
Trazendo consigo a apatia
E batendo na cara com suas mãos frias.
Quisera poder mudar tudo num zás traz
Voltar ali, donde partira, e ver sorrisos
Mas a vida não é tão bela como dizem
E o futuro cobra àqueles que não sabem como vivem.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Pai

Pai! Palavra que exprime de um tudo
Pessoa que nos traz à vida, ao mundo
Braço forte e guerreiro que nos coloca de pé.
Meu pai, seu nome hoje se confunde com saudade
Não acredito na palavra “ausência”
Porque seu legado de alegria e amor nunca silencia
Ao contrário, fica mais forte a cada dia.
Que vontade, pai, de deitar no teu colo...
Que vontade, pai, de sentir o seu cheiro...
De caminhar lado a lado contigo
A me proteger dos infantes medos.
Agora, pai, minha jornada é outra
A de seguir com passos firmes a vida
Enfrentando a tudo e a todos
Com o queixo elevado altivamente
Punhos cerrados e sorriso reluzente
Colocando em prática os teus ensinamentos:
A ser mulher forte e guerreira
Mas com angelical amor ao próximo
Semeando aquilo que dentro de ti havia de melhor
A mais pura tradução da palavra amor.

(homenagem a uma grande amiga que perdeu seu amado pai)

Primeiro de fevereiro

Dedicação é algo que não se cobra
Amor é moeda que não tem torça
O apreço é afago que se devota
Acalanto é debruço que vem da alma.

O não que minha alma suporta
Que vem de tua boca alterosa
É coisa que minha mente ansiava
Conquanto o acalanto afastava.

Assim, me presto como indigente
A suplicar por carinhos indulgentes
Amealhando migalhas de seu amor
Para afastar de rompante minha dor.

Vontade de te pegar pelo pescoço
Arrancar de ti com alvoroço
Palavras que adocem meus sonhos
E me façam repousar sem meus prantos.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

CCóóppiiaa

O que eu sou além de mim?
Nada aquém do que sempre fui!
Sou parte de um esperma maduro
Parte de um óvulo fecundo
Sou um bem sucedido zigoto
Embrião, gema, ovo...
Sou parte daquilo que odeio em meu pai
Sou grande parte daquilo que em minha mãe admiro.
Sou diferente fisionomicamente de minhas irmãs
Mas sou em natureza idêntico ao que elas são.
Sou uma cópia perfeita de mim
Com soldos amealhados dos genes herdados.
Sou o que há de bom...
Sou o que há de ruim...
Não caibo em definições estabelecidas
Mas caibo perfeitamente em mim.

Devaneios insólitos

Essa noite foi longa
Filmes de Almodóvar
Um longo papo com o nobre Jack Daniel’s
Enfim, velhas histórias em repetidas situações.
A cada gole seco do Bourbon
É fácil sentir a ausência do medo.
A cada dissipação da solidão
Mais e mais a dor se ausenta do peito.
Investimentos de fálicos corações
Ressentimentos trazidos por várias gerações
Desentendimentos pífios que não levam a nada.
Quero deitar e descansar o meu corpo
Mas a mente inebriada lateja pulsando a lembrança
Daquele rosto lindo e bem cuidado
E do lampejar de seus lindos beiços
A proclamar o que sentes: amor!
Creio nisso com a fé que o afeto me abrolha
Ressinto o velho sopro desagonizante
Enquanto a porta se abre em meu peito.
Por ela entras sem qualquer cerimônia
E de subitâneo me lança à redoma
De seus braços singelos e maleáveis
E lança beijos inesperados
Com seus lábios carnudos e afáveis.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Permita-se

Isso mesmo
Não lamente
Parta para a felicidade
Com o peito aberto
Hoje você está melhor que ontem
E disposto a alguma coisa bem melhor.
Não aceite palavras derrotadas
De joviais decrépitos
Cerque-se de esperança e amor
Para fazer a vida valer à pena.
Então, isso mesmo
Não se lamente
Apenas parta para a felicidade
E conquiste sua vida
Para mantê-la em suas mãos.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Acabou

Ah, essa dor foi tudo o que restou
Não olho para trás
Só vejo sangue e nada mais
Essa cortina de horror
É meu tormento e meu senhor
Na poeira do caminho
E dentro dos teus olhos
Vejo o meu destino
Acabou!

Me dê seu colo prá descansar
Não me perturbe mais
Pode parecer fraqueza
Toda essa covardia
Ficou fora do controle
Agora sei que tudo... acabou!
Me dê seu colo prá descansar
Não me condene mais
Se o que fiz foi tão errado e tão cruel
Não adianta mais me torturar... acabou!