segunda-feira, 26 de julho de 2010

Eu vendo segredos

Eu vendo segredos
Por preços módicos
Que qualquer um pode pagar.
São segredos velados em sonhos
Que dissipam-se aos poucos
No instante de um acordar.
Compre de mim os meus sonhos...
Arranque de mim meus segredos...
Seja para mim ou para você
Vendo todos os meus arcanos
Tudo o que você quis saber
Garanto: nada daquilo que queira ter

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Simples

Simples é enxergar a vida dos outros
Prático é resolver os problemas que não te pertencem
Fácil é secar o pranto de quem chora
Mas árduo é não encontrar respostas para vc mesmo.
É ter que aceitar que algumas coisas inevitavelmente acontecem
Por mais que se faça ou deixe de fazer.
Doloroso é arrepender-se, desesperar-se por abster-se.
Insuportável é esperar que o tempo cure, abrande, seque
As feridas, a dor, as lágrimas.
Heróico é acreditar que ainda se pode.

(Texto by "uma grande amiga")

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Quando o amor vai embora

Acabou!
É simples assim.
Não adianta ficarmos cotejando
Os motivos que levaram ao fim.
Basta vermos que o que havia por dentro
Simplesmente... acabou.
Não há conspirações do mal
Não existe interferência de fora
Capaz de fazer os pensamentos mudarem
O que houve mesmo é que acabou.
O amor foi embora porque se cansou...
Cansou da indiferença
Ou quem sabe na perda da crença
De que tudo poderia mudar.
Pode também ter partido
Porque não quis ver-se finado
Pela falta de cultivo do que era vital
Dos beijos fogosos, do sexo animal.
Enfim, o amor foi embora...
Partiu de dentro deste peito aflito
E em outro lugar foi hibernar
Para que um dia de súbito
Depois de um sono profundo
Possa novamente despertar
E habitar outro peito que outrora vazio
Anseia para que este amor ferido e surrado
Possa nele decerto se animar.

domingo, 18 de julho de 2010

Deu branco

Olho para esta tela
E só vejo um fundo branco
As palavras me vêm à cabeça
Como sangria para cura.
Bom saber que tenho este escape
Melhor ainda é saber que o que escrevo
Pode tocar e fazer sentido
A outros que pensam o mesmo.
Dois dias mais tarde
Ainda vejo um fundo branco
Esperando todo silente
As palavras colocadas em plano.
Não fujo do trivial
Minutando os temores da vida
Medos, alegrias...
Indo da prosperidade à agonia.
Agora, depois de um tempo,
O fundo branco se esvaíra
E em seu lugar entra o glossário
Carregado de seus caracteres.
Assim como se vai o vazio
Preenchido pelas palavras
É preenchido meu peito
Com novos sonhos e alegria.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Regozijo de quanta

Ah, se tu pudesses ver meu rosto agora
Enxergaria estampado nele
Com clareza absurda
O júbilo da alegria profunda.

Aproxima-te de mim com cautela
Sente-se ao meu lado no jardim
Respire, fungue, boceja
Recoste-se na arandela.

Quando fechares teus olhos seguros
Deixe vagar dentro de ti
Em galopeios rompantes
Os pensamentos mais infames.

Sejas tu, meu doce amor
Em seus apotegmos quem tu queres
Aceita a ti e se levante calmamente
E leva-me contigo eternamente.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Di-a

Dia após dia
Distante de tudo
Disfarço uma alegria
Diminuindo o soturno.

Diante de tudo isso
Diagramas, lutas e salvas
Divaguei nos teus braços
Distante de minha cansada alma.

Dia após dia
Dificultei tudo em meu peito
Diminui em ti o desejo
Divulguei inverdades ao alheio.

Distante de ti
Diminuído por mim
Distraído sim
Diferente não sê-lo.

Amor maior

Nem que quisesse eu poderia
Esquecer teu rosto brilhando
Radiando a extrema euforia.

Seu corpo serpenteia perto de mim
Enquanto meus olhos como criança
Vidrados embasbacam na sua dança.

Sobre esse trecho que escrevo
Sobre alguém de verdade
De forma crua e nada solene.

Sei que num pequeno fragmento
Nem que seja de leve solfejo
Você também sentiu desejo.

Porque o que escrevo, interlocutor
Não é nada diferente de tudo
É sobre a coisa mais bucólica:
O mais puro, sincero e profundo amor.